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8/06/2016

cirurgião Ivo Pitanguy, morre aos 93 ( noventa e três) anos de idade ,em casa, no Rio










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fonte: g1.globo 
 (Correção: ao ser publicada, esta reportagem errou ao informar que Pitanguy tinha 90 anos. A informação foi retificada após a assessoria do médico ligar ao G1 para dizer que ele tinha 93. O erro foi corrigido às 21h55.)






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Morre o cirurgião Ivo Pitanguy, aos 93 anos

Médico famoso por esculpir belas mulheres teve grande papel na reabilitação de queimados no país












RIO - Respeitado por seus pares, reverenciado por seus alunos, adorado pelos pacientes. Ivo Pitanguy não era apenas um médico talentoso; era grife. Por seu centro cirúrgico passaram não só as mais belas mulheres do mundo tentando vencer a corrida contra o tempo, como especialistas em busca de aperfeiçoamento, ou talvez, da receita de tanto sucesso. Referência em uma especialidade aparentemente superficial, o médico não se interessava apenas pela estética. Ao contrário. Por ter começado a vida profissional observando reconstruções de face, Pitanguy tinha enorme interesse em ajudar as pessoas a viver. O cirurgião morreu na tarde deste sábado, aos 90 anos, como divulgou com exclusividade o blog do Ancelmo
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Pitanguy com o governador licenciado Luiz Fernando Pezão, em 2014, na reabertura da Santa Casa de Misericórdia, no Centro - Gabriel de Paiva / Agência O Globo
Ivo Hélcio Jardim de Campos Pitanguy nasceu em Belo Horizonte em 5 de julho de 1926. Um dos cinco filhos do cirurgião-geral Antônio de Campo Pitanguy e de Maria Stäel Jardim de Campos Pitanguy, resolveu seguir a carreira do pai e cursou Medicina na Universidade Federal de Minas Gerais até o quarto ano, quando transferiu-se para a Faculdade de Medicina do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro, para servir, paralelamente, à Cavalaria dos Dragões da Independência.
Pitanguy se formou em 1946, após mais de dez anos na universidade, por causa de estágios e cursos realizados nos EUA e na Europa, já aliando a prática médica ao exercício do ensino. Primeiro, ele prestou concurso para o Institute of International Education e foi contemplado com uma bolsa de estudos como cirurgião residente do professor John Longacre, no Bethesda Hospital em Ohio, EUA. Na mesma época, frequentou a Mayo Clinic, em Minnesota, e o serviço de cirurgia plástica do médico John Marquis Converse, em Nova York. De volta ao Brasil, em 1949, ele chefiou a 19ª enfermaria do Serviço de Cirurgia da Santa Casa da Misericórdia do Rio — o primeiro de cirurgia de mão em toda a América do Sul.










Em 2011, Pitanguy foi homenageado, considerado um dos heróis do incêndio do Gran Circus Norte Americano em Niterói, ocorrido em 1961. A Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Acamerj) concedeu títulos de Membro Honorário a ele - Divulgação
Um ano mais tarde, foi convidado por Marc Iselin, referência no atendimento aos mutilados da Segunda Guerra Mundial, a acompanhar seu serviço em Paris. No período em que trabalhou na Europa, Pitanguy conheceu grandes cirurgiões plásticos e, na volta ao Brasil, trabalhou para tornar a cirurgia plástica uma especialidade conhecida e respeitada. Foi chefe do Serviço de Queimaduras e de Cirurgia Reparadora do Hospital Souza Aguiar de 1952 a 1955. Em 1954, passou a chefiar o Serviço de Cirurgia Plástica e Reparadora da Santa Casa.
Em 1961, com a colaboração de médicos residentes, tratou as vítimas do incêndio do Gran Circo Norte-Americano em Niterói — um marco em sua carreira, ocorrido dois anos antes da inauguração de sua clínica na Rua Dona Mariana, em Botafogo. Pitanguy ouviu a notícia pelo rádio, seguiu para o Iate Clube do Rio, e em sua lancha atravessou a Baía da Guanabara para chegar a Niterói, onde se deparou com uma tragédia sem precedentes.
— Cheguei com uma equipe em pleno momento de comoção. Havia muita gente querendo ajudar, mas também uma enorme desorganização. Lembro de um caso muito heroico de um menino que tinha se salvado e voltou para buscar o amigo. O que era mais dramático é que eram muitas crianças, e ao lado delas, seus amigos, de modo que devia haver ali pelo menos 500 delas — contou ele, anos depois.
Professor de mais de 500 médicos
No mundo, o brasileiro é uma referência em cirurgia plástica, detentor de diversos prêmios e títulos, autor de mais de 900 trabalhos científicos em revistas brasileiras e internacionais,além de uma série de livros — ele é membro da Academia Nacional de Medicina desde 1973, onde ocupava a cadeira 67, e foi eleito em 1990 para a Academia Brasileira de Letras, ficando com a cadeira 22. Como professor titular do Departamento de Cirurgia Plástica da PUC-Rio e do Instituto de Pós-Graduação Médica Carlos Chagas, Pitanguy implantou o curso de pós-graduação em Cirurgia Plástica na Santa Casa, que já formou mais de 500 profissionais do Brasil e de 40 países.










Ivo Pitanguy com Fernanda Montenegro, em 1998 - Frederico Rozário / Agência O Globo
— Como ser humano, independentemente de ser médico, eu sempre fui muito encantado com a beleza; na arte, na natureza, nos livros. Sempre fui também muito ligado à criatividade. E a medicina me dá essa interação com outros seres humanos, essa capacidade de apreciar o outro, ouvi-lo, entendê-lo, sempre ajudar. Mas a minha profissão tem uma limitação que o escritor e o pintor não têm: eu lido com o ser humano, que tem a limitação da anatomia — definiu o cirurgião plástico em entrevista ao GLOBO, em 2011, para explicar seu fascínio pela beleza.
Por seu consultório passaram musas do cinema internacional, chefes de estado, celebridades nacionais, homens e mulheres que, declarando ou não terem feito cirurgia, jamais tiveram tal fato confirmado por Pitanguy. Ele mesmo, aliás, nunca corrigiu nada no rosto.
Elegante, o médico se apresentava de terno. Nos últimos anos, chegava à clínica à tarde todos os dias e reservava a manhã para ficar em casa, no Alto da Gávea, ler e almoçar com tranquilidade. Dormir, só cinco horas por noite. O médico acordava cedo, lia os jornais, caminhava, exercitava-se bastante.
De vez em quando essa rotina era quebrada, como no carnaval de 1999, quando foi enredo da escola de samba Caprichosos de Pilares. Ele desfilou eufórico em carro alegórico, cantou o samba que rimava Pitanguy com bisturi e garantiu à escola o nono lugar naquele ano.
O cirurgião plástico costumava dizer que a vida lhe ensinava a cada dia, “e o triste de morrer é parar de sentir esta vontade de sempre conhecer um pouco mais”. Pitanguy morreu na tarde de ontem, aos 90 anos, de parada cardíaca, em casa, um dia depois de carregar a tocha olímpica. Abatido, ele conduziu o símbolo numa cadeira de rodas. O velório será hoje, a partir das 13h, no Memorial do Carmo. Pitanguy deixa a mulher, Marilu, com quem era casado há mais de 50 anos, os filhos Ivo, Gisela, Helcius e Bernardo e cinco netos.



fonte: oglobo.globo.  
  
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Morre o cirurgião Ivo Pitanguy, aos 90 anos


Morreu hoje,às 17h30m, em casa,  o mestre  Ivo Pitanguy, aos 90 anos. Nosso  maior nome na cirurgia plástica mundial, o professor era membro da Academia Brasileira de Letras (tem mais de 900 livros publicados aqui e no exterior)  e da Academia Nacional de Medicina. Pitanguy foi o responsável pela criação do serviço de queimados da Santa Casa de Misericórdia, no Rio. Ele também criou o serviço de cirurgia plástica reparadora daquela instituição.O mestre deixa quatro filhos e cinco netos. O seu corpo será  velado amanhã, a partir das 13h, no Memorial do Carmo. Às 18h, o corpo dele será  cremado.

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06/08/2016 20h26 - Atualizado em 07/08/2016 07h33

Ivo  Pitanguy 


morre no Rio aos 


93 anos



Cirurgião plástico sofreu parada cardíaca e faleceu em casa no fim da tarde.
Funeral está previsto para este domingo (7) no Memorial do Carmo, no Rio.





Do G1 Rio
Morreu neste sábado (6) o cirurgião plástico Ivo Pitanguy, aos 93 anos, no Rio. Ele estava em casa e sofreu uma parada cardíaca, segundo a sua assessoria. O funeral está previsto para este domingo (7) no Memorial do Carmo. Seu corpo será cremado.
Pitanguy fez do Brasil a principal referência mundial em cirurgia plástica ao desenvolver técnicas nas áreas de estética e de reparação. Transformou a vida de milhares de pacientes, famosos e anônimos. Formou gerações e gerações de alunos, novos cirurgiões que aprenderam com ele a respeitar e valorizar a autoestima dos pacientes.
Além da carreira médica, se destacou também como escritor. Pitanguy foi eleito imortal pela Academia Brasileira de Letras em 11 de outubro de 1990 e foi o quarto a ocupar a cadeira 22, cujo patrono é José Bonifácio, após Medeiros e Albuquerque, Miguel Osório de Almeida e Luís Viana Filho.
Em seu discurso de posse na ABL, o cirurgião e escritor citou o espanhol Pablo Picasso:  "Picasso dizia que há dois tipos de artista: ‘Aquele que faz do sol uma simples mancha amarela, e o que de uma simples mancha amarela faz o sol’. Creio que escritor é quem transforma manchas amarelas em sóis: tanto é iluminado quanto ilumina. Tem luz própria."
Pitanguy amava o trabalho, a harmonia e a natureza. Costumava dizer que nunca conseguia definir o conceito de beleza, mas sempre que a encontrou soube percebê-la. Também falava que a cirurgia plástica é uma tentativa de buscar a harmonia entre corpo e espírito, a emoção e o racional.
Em junho, o cirurgião foi hospitalizado para tratar de uma infecção. A partir de setembro, quando apresentou um problema renal durante uma viagem a Paris, passou a se submeter a sessões de hemodiálise.
Nesta sexta (5), em uma cadeira de rodas, o médico empunhou a tocha olímpica na Gávea, Zona Sul do Rio, bairro onde está localizada sua clínica de cirurgia plástica.
Pitanguy nasceu em Belo Horizonte, em 5 de julho de 1923, filho do médico cirurgião Antonio de Campos Pitanguy e de Maria Stäel Jardim de Campos Pitanguy, e deixa viúva a senhora Marilu Nascimento, com quem era casado desde 1955, quatro filhos - Ivo, Gisela, Helcius e Bernardo - e cinco netos.


Trajetória profissional

Começou a fraduação na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e se formou pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1946. Por mais de 10 anos continuou se especializando em cirurgia plástica e fez estágios em serviços de cirurgia plástica nos Estados Unidos e na Europa.

Após uma temporada fora do país, voltou ao Brasil para trabalhar como chefe na 19ª enfermaria do Serviço de Cirurgia da Santa Casa, que foi o primeiro serviço de cirurgia de mão em toda a América do Sul, quando a especialização ainda era incipiente no país.

Um de seus mestres foi o francês Marc Iselin, um dos criadores da cirurgia de mão e referência no atendimento de pessoas mutiladas da 2ª Guerra Mundial, com quem trabalhou como assistente em Paris.

Depois desta experiência, trabalhou como chefe do Serviço de Queimaduras e de Cirurgia Reparadora do Hospital Souza Aguiar. Também criou a 38ª Enfermaria da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, que atendia pacientes de baixa renda.

Era professor titular do Curso de Especialização em Cirurgia Plástica da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, desde 1960, e de outros cursos em outras instituições. Também foi professor convidado em hospitais, universidades e associações de Cirurgia Plástica de diversos países.
Ivo Pitanguy conduziu a tocha olímpica na sexta (5) (Foto: Alessandro Buzas/Futura Press/Estadão Conteúdo)
Tinha o título de doutor honoris causa por diversas universidades, entre elas Universidade de Tel Aviv, Israel (1986), Universidad Autónoma de Guadalajara, Jalisco, México (2002) e Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (29/04/2016).

Também recebeu uma série de homenagens de diferentes instituições, sendo que neste ano foi homenageado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, cedendo seu nome para o “Museu da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Ivo Pitanguy”.

Em 1989, o Papa João Paulo II lhe concedeu o Prêmio Cultura da Paz. Também recebeu da Unesco o Prêmio pela Divulgação Internacional da Pesquisa Médica.

Era é autor de aproximadamente 800 trabalhos científicos em revistas brasileiras e internacionais, além de diversos livros.
(Correção: ao ser publicada, esta reportagem errou ao 
informar que Pitanguy tinha 90 anos. A informação foi 
retificada após a assessoria do médico ligar ao G1 para 
dizer que ele tinha 93. O erro foi corrigido às 21h55.)
Ivo Pitanguy (Foto: GloboNews)
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fonte: g1.globo 
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